QUE APONTE O DEDO AQUELE QUE NUNCA IMAGINOU...


Para todas as previsões e apostas que se faz, há o risco de acerto de 50%, naturalmente, o mesmo percentual de erro de quem o faz, ser chamado de louco ou visionário. Por enquanto, dispensemos os rótulos e falemos sobre a realidade presente no cotidiano nacional, que muitos insistem em não reconhecer: O Brasil está tomado pela violência.

Falar que as rebeliões no sistema carcerário crescem e deflagram um novo padrão de poder é redundante, é flagrante até, porém, fechar os olhos para o convívio do crime nas ruas, nas escolas e até em nossas próprias casas é absurdo, pois basta ligar a TV, abrir qualquer sítio na internet, ligar o rádio ou passear pelas praças para absorver o assunto mais presente no cotidiano. Está até nos ares, com os recentes sinistros da aviação... E quem resolverá o problema? Impossível prever, dada a magnitude da inoperância estatal para o caso, sempre à mercê de uma política ferrenha, a começar pela total dispersão das leis, aliás, arcaicas, sujeitas à 'colcha de retalhos', com tantas estampas de variadas cores: Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do Idoso, Lei dos Crimes Hediondos, etc. Quiçá, tudo poderia ser contextualizado com uma legislação que funcione.

Então, determinado a correr o risco acima citado, de ganhar aplausos ou vaias do leitor, o escritor é capaz de imaginar, ainda que distante, um princípio de ousadia, que alguns livremente poderiam chamar de insanidade, com postura grotesca, voz elevada e dedo apontado em riste pra sociedade marginalizada, por nome de Jair Bolsonaro. Calma, gente! Permitam ao dono da ideia explicar, pois não ignorem se um amontoado de insatisfação com a realidade da (in)segurança pública nos levarem a considerar tal hipótese. Preparemo-nos, pois, para uma enxurrada de comentários: "Esse deputado é louco!". "Deus me livre de alguém que defendeu a Ditadura!", ou até mesmo um "Perdeu o juízo, produtor?". 

Não estamos a tantas milhas de distensão do que houve nos Estados Unidos, em que um famigerado 'azarão' por nome Donald Trump surpreendeu o mundo, sendo alçado à White House. E o que tem a ver com o Brasil, que já elegeu Tiririca? São culturas notadamente diferentes, o que dificulta traçar um paralelo entre as duas nações, mas o Donald, que não tinha nenhum Mickey ou Pateta ao lado, pregou justamente o que inflou de orgulho os americanos nacionalistas, fadados a ouvirem tanta história de terrorismo e invasão de imigrantes ao seu território. Eles optaram pelo acreditam ser paz. E o que temos no Brasil hoje capaz de representar essa mesma expectativa? Alguém lembra de algum nome forte para presidente que não esteja com crachá da Lava Jato?

Enfim, repercutir o nome de Jair Bolsonaro está longe de ser leviandade, pois como na matemática dos 50% para lá, 50% para cá, há sempre quem concorda e quem discorda, nem mesmo seria utopia, muito menos desastre, afinal, se por um lado há quem o chame de homofóbico e indolente, há quem diga que ele sabe como tirar de circulação o que ele mesmo chama de 'vagabundos'. Tudo parece estar dentro dos cálculos de uma lógica, de um país atropelado em seus próprios passos. Se algum fato novo não ocorrer, quem sabe um fenômeno inesperado, aguardemos o fim desse melodrama em 2018, e até lá, a população poderá estar tão perturbada, a ponto de não achar outra saída, e os senhores e senhoras dirão.


Luis Carlos Coutinho


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