EU CONSIGO LER SUA MENTE!
A corrida espacial encampada pelos países que polarizaram a mais tensa guerra ideológica do mundo, Estados Unidos e a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que ganhou a gentil alcunha de 'guerra fria' (de congelar os nervos, na verdade), dividiu o planeta entre capitalistas, socialistas e 'abestadistas', aqueles que se mantiveram alheios aos fatos. Fomos, por longos anos, produtos do meio, na acepção da expressão.
Mas hoje a situação não é muito distante das cruciais décadas de 70 e 80, apenas ganhou contorno de modernidade, se olharmos para nós mesmos, com nossas manias de divisão, de troca do 'nosso' pelo 'meu', de alternação da ética do trabalho pela estética do poder, a ponto de nos tornarmos facínoras, homens sem lei, sem alma e sem Deus.
Construir idéias? Pra que, se o cut and paste já facilita tudo... Adornar nosso cérebro de inteligência ou perspicácia? Tolice! Estamos na sociedade do consumo, da pressa, da inversão de valores, da permuta da moral pelo banal. Nem importa se somos merecedores de uma medalha, pois talvez ela já esteja gravada com outro nome. Pouco interessa se fizeste uma proeza, o ontem costuma ser deletado com a mesma velocidade da luz... Precisamos de luz!
Ficou fácil atropelar histórias, conceitos, ideias, e até homens. Em um mundo sem pudor e sem escrúpulo, os poucos que brilham despertam ódio, ou rapidamente ganham detetives gratuitos capazes de vasculhar sua infância, seus hábitos ao dormir, quem sabe até seus momentos de privacidade no banheiro. Há também os que não têm luz própria, e assim como a lua, só aparecem em função da força do sol (alheio).
Luis Carlos Coutinho
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