A TRISTE PARTIDA DE UM SACERDOTE
Por Luis Carlos Coutinho
Não transformar a Casa de Deus em um ambiente de discórdia, onde os interesses de uns não se confundam com o direito de todos. E todos nós aprendemos isso desde que nascemos, no catecismo, nas missas e até mesmo nas conversas com nossos pais. Mas o que aconteceu em Baixio-CE, na apoteótica Festa de São Francisco (04/10/11), foi um profundo mistério que ainda vai demorar ser esclarecido. O que motivou a saída de um pastor ligeiramente identificado com suas ovelhas de maneira tão repentina? Pode ter sido decisão da Diocese, do Vaticano ou até mesmo de Deus. Mas tudo não passa de suposições.
O certo é que, no momento em que a cidade estava em júbilo, pela conquista da tão sonhada independência paroquiana, depois de mais de meio século de história; depois de, pela primeira vez um sacerdote ter se proposto a criar vínculos sociais com um povo marcado pela carência de apoio social por todas as décadas de vida; depois de se constituir como primeiro e único missionário a deixar falar seu lado humano mais alto que a missão oficial, em não açoitar os doentes e inválidos dos arredores da igreja, como já se viu em outros tempos, para não contrastar a feiúra de uma lepra social com a estética de uma estrutura de adorno; depois de empunhar uma bíblia e realmente celebrar uma missa de finados voltada ao espírito de quem suplica, ao invés de aproveitar-se de uma platéia para desferir golpes psicológicos contra outros segmentos religiosos, enfim Baixio conseguiu ‘se livrar’ do Padre Lindoval José da Silva. Sua partida? Festa em duplo tom: risos e lágrimas de uma amizade construída em pouco tempo, com uma única lacuna de saudade e dor pela perda de um filho que abraçou o sentimento de ser baixiense, mas talvez por ter mexido na posição de alguns despertou mais ideologia do que fidalgia. Eram senhores, jovens, crianças e idosos, todos emocionados com a inexplicável e prematura transferência. Católicos e não-católicos foram prestar solidariedade ao Padre, menos os que vibraram com a tal Carta da Diocese.
De fato não nascemos para ter apoio espiritual, e mais uma vez a crença de que se pode lutar por igualdade nos foi negada. Em seus últimos momentos no chão que o adotou, cercado por verdadeiros amigos, Lindoval sorriu, segurou o choro, talvez por força maior, mas não escondeu a frustração de ter lutado pelas liberdades espirituais e recebido um golpe oculto, pelo simples fato de seu nome emergir como um homem simples do povo, fato que sempre desagradou algumas oligarquias na história da humanidade.
Agora, para quem pavimentou a saída do Reverendo nenhum outro sentimento maior que o alivio, mas para quem o adotou como destemido e encorajador, uma ferida que dificilmente será cicatrizada, porque não foi difícil perceber nos olhos de muitos o desabafo molhado, como assinalou um escritor: “saudade é um sentimento que, quando não cabe no coração escorre pelos olhos!”. Que mal fez esse rapaz a Baixio para sair assim, quase escoltado e impelido a negar forças opositoras?
TENTO,TENTO E NAO CONSIGO ACHAR O MOTIVO DA SAIDA DE PADRE LINDOVAL.MAS DEUS SABE TODAS AS COISAS.
ResponderExcluirLuiz Carlos, mesmo distante estou sintonizado à região do Cariri pela anet e pelas ondas da Fm 103,9. Parabéns pelo maravilhos trabalho no blog. Abraços ao pessoal da Barriguda, especialmente aos familiares de seu Romão e Dona Geralda. Não esquecendo Genésio e Tafia! Mil recordações ao pessoal da Serrinha, Baixa do Maracujá...
ResponderExcluirPe. Lindoval
São Pedro do Sul
Portugal
Grande Reverendo, é com muita honra que recebo sua mensagem e igualmente posto aqui. Encarecido pelo seu trabalho desenvolvido pelo Baixio e por onde quer que passe, onde todos podem desfrutar do vigor espiritual e exemplos de honradez de sua pessoa, me deixa feliz fazê-lo e de bom grado sou informado de que escuta nossa emissora. Felicidades e sucesso nessa nova empreitada em terras européias.
ResponderExcluirAbraços,
Luis Carlos!
pra ser sincero o Reverendo Pe. Lindoval é realmente um grande Padre,ele sempre soube fazer de pequenos gestos nascer grandes alegrias que contagia a todos que por perto se encontrava com seu jeito gentil,humano e caridoso que tens! digo isso de coração por ter feito parte de uma vida pastoral onde ele era o nosso diretor espiritual,um amigo,companheiro,conselheiro, muito tranquilo,paciente. saudades de ti!
ResponderExcluirfortes abraços!
te gosto muito!
Meus caros,
ResponderExcluirÉ muito simples entender a dinâmica do fatos. O que ocorreu para que possibilitasse a saída do padre Lindoval de Baixio, cidade que o acolheu muito bem e protamente.
Bom vejamos: Nós vivemos em um mundo eu que os interesses falam mais alto e as necessidaes de dominação são mais importantes. O padre Lindoval é uma pessoa que teve uma formação humilde a alicerçada em valores que não pregam o apego ao bens materiais. Portanto, meus caros, interesses para ele só os vindos de Deus [que é a salvação e a purificação de almas}.
A nossa querida diocese, mais precisamente na pessoa do nosso bispo Dom Fernando Panico, que valoriza mais os bens materiais - algo contestável pela Bíblia. E nesse ponto o padre Lindoval não quis compactuar.
Tenho conhecimento de um texto em que o bispo do Crato diz que o padre Lindoval faltou com verdade em não dizer o por quê de sua saída da paróquia de Baixio. Pelas linhas, tão sabiamente, escritas pelo bispo, fica claro que a verdade é algo foge de nosso domínio, quando precisamos justificar algo injustificável. Foi exatamente isso que o bispo o fez, porém com uma "toques" de mágoas e ressentimentos.
Hoje, meus irmãos, o padre Lindoval está bem em Portugal como também estava quando junto de vocês de Baixio. Mas o bispo do Crato não quis ou não permitiu que ele continuassem bem assim no do povo de Baixio.
Posso agora dizer: Deus Seja louvado!!! A verdade sempre prevalecerá.